É uma sensação intensa, extremamente boa, que me deixa sorrindo por horas, que eu quero que dure pra sempre, que me faz sorrir, que me faz sentir vivo.

É aquele sentimento de querer estar perto, de querer cuidar e ser cuidado, de ficar com saudade logo depois de se despedir, de se sentir confortável e seguro.

É pensar em você a todo momento, e a todo momento querer estar junto.

É amar quem eu sou, com todos meus defeitos, e aprender a melhorar.

É amar quem você é, com todos seus defeitos, que o tornam mais perfeito.

É aguentar as brincadeiras e manias de cada um, é ser paciente, é ensinar, é repreender.

É fazer nada.

É fazer tudo.

É demonstrar o que sinto, e aproveitar todas as oportunidades para não se arrepender depois.

É ser romântico, louco, bobo.

É simplesmente…

Apesar de tudo isso, ainda não sei explicar.

Não sei explicar o modo como meu coração canta ao te ver, como me sinto leve e feliz ao estar ao seu lado.

Não sei explicar aquele nervosismo, aquelas borboletas dançando em meu estômago, toda vez que você olha para mim.

Não sei explicar o quanto eu gosto dos seus abraços, dos seus carinhos e dos seus beijos.

Não sei explicar o modo como você colore meus dias com seu sorriso.

Não sei explicar o modo como você me faz rir com as coisas mais triviais do dia a dia.

Não sei explicar essa felicidade inquietante que corre em minhas veias.

Não sei explicar…

Não sei explicar…é simplesmente…

Amor.

Eric olhou para o mar, esperando ouvir aquela doce voz. O vento uivava, e era a único som que ecoava pelo ar.

Suspirou.

“Talvez”, ele pensou “tudo não passou de um sonho”. Não, ele tinha certeza de que alguém, não um alguém qualquer, mas uma linda jovem, havia salvado sua vida. Começou a assobiar as notas que se lembrava, na esperança de obter resposta.

Riu para si mesmo. “Como sou tolo”, e virou-se para voltar ao castelo, mas parou abruptamente.

Seus ouvidos o enganavam? Poderia ser apenas sua mente se lembrando daquela melodiosa voz.

Não. Ela estava ali, em algum lugar, chamando por ele.

-Olá? – ele gritou, seguindo o som.

Alcançou um conjunto de rochas grandes e encurvadas. Formavam arcos disformes e de tamanhos variados, uma visão ao mesmo tempo majestosa e macabra. A melodia vinha dali. Inclinou-se para frente, tentando ver melhor naquela escuridão. As estrelas e a lua estavam encobertas por densas nuvens.

De repente, um vulto surgiu debaixo de um dos arcos. Uma silhueta esbelta, de longos cabelos que voavam com o gentil vento gélido. Um longo vestido cobria-lhe o corpo e realçava suas curvas.

Eric sorriu. Então ela realmente existia. E estava ali.

Correu ao encontro da jovem, que havia parado de cantar e esperava por ele.

Ao chegar mais perto, Eric diminuiu a velocidade e olhou uma segunda vez para aquela figura escondida pelas sombras.

-Você…você é a jovem que me salvou aquele dia? – não obteve resposta – No dia do naufrágio?

-Oh, Eric, não me reconhece?

Era a voz, não havia dúvidas, mas…por que sentia um constante calafrio percorrer sua espinha? Havia algo errado.

-Eu…eu gostaria de agradecer. Se não fosse por você não estaria aqui hoje. – ele falava sem tirar os olhos da mulher.

-Não há o que agradecer – ela se aproximou – fiz apenas o que achei ser o correto. E seria um desperdício um príncipe tão belo e tão jovem desaparecer no oceano.

Não conseguia relaxar. Algo lhe dizia para ficar atento.

A jovem o abraçou.

Eric podia vê-la melhor agora. A primeira coisa que notou foram seus cabelos negros. Aquilo o deixou intrigado. Não eram escuros como o céu noturno, eram vermelhos. Mas podia estar enganado. Quando a viu pela primeira vez estava tonto.

As nuvens no céu moveram-se, deixando a pálida luz da lua banhar a praia. Pouco a pouco ela iluminava a areia. Pouco a pouco revelava o que estava escondido na escuridão. Pouco a pouco…

Havia algo ali. Algo que contrastava de longe com a brancura da luz e do solo. O príncipe arregalou os olhos ao ver, e tentou se livrar dos braços que o envolviam – e só nesse momento percebeu que o estavam esmagando. Mas era tarde demais.

Sentiu uma dor lancinante. Olhou para baixo e viu uma adaga fincada em seu peito. Sua visão ficou turva, seu corpo, gelado. Caiu de joelhos. Tentou olhar mais uma vez para o que havia chamado sua atenção outrora, mas nada viu. Eric deu seu último suspiro e desabou na areia.

Retirando a adaga do corpo do príncipe, Ursula virou-se. Sorriu, deliciando-se com o sangue que escorria da lâmina.

-Príncipe tolo. Como todos os outros. Seduzidos por uma doce voz e um belo corpo.

A bruxa pegou o cadáver do chão com um de seus tentáculos e seguiu em direção ao mar, olhando mais uma vez para trás, para o corpo sem vida de Ariel estirado na areia, antes de desaparecer nas profundezas.

Frozen

Posted: 2014.Janeiro.27. in Sem categoria
Etiquetas:, , , , , ,

A warm heart enshrouded by thick ice walls.

Walls that prevent him from displaying his true feelings and desires.

Whenever he thinks they have melted away, he soon finds out they are still standing tall.

Slowly, it’s happening. The walls are not as strong as they used to be, but are still barricading the way.

Still a long way to go. Still mountains and plains covered with glowing snow to be traveled.

Still blizzards and avalanches to be trespassed.

But he’s making his way through them, towards the long awaited sunlight.

The cold never bothered him, but he longs to feel the warmth at least once.

————————————————-

Um coração quente, encoberto por grossas paredes de gelo.

Paredes que o impedem de demonstrar seus verdadeiros sentimentos e desejos.

Quando ele pensa que elas derreteram, logo descobre que elas continuam de pé.

Aos poucos, está acontecendo. As paredes não são mais tão fortes quanto constumavam ser, mas ainda bloqueiam o caminho.

Ainda há um longo caminho pela frente. Ainda há montanhas e planícies cobertas de uma pálida neve a serem percorridos.

Ainda há nevascas e avalanches a serem atravessadas.

Mas ele está avançando em direção à tão esperada luz do sol.

O frio nunca o incomodou, mas ele anseia por sentir o calor, pelo menos uma vez.

Amores Impossíveis

Posted: 2014.Janeiro.16. in Sem categoria
Etiquetas:, , , , , ,

Um poema que eu fiz no ensino médio. É bonitinho.

Por não poder te alcançar

Eu canto esta canção

Mostrando-lhe o que sente

Este meu louco coração

Se um dia olhar

Para o pálido brilho do luar,

Também estarei,

Esperando te encontrar

Uma lágrima cai

O céu está chorando

Não, olhe novamente

A Lua está em prantos

Um amor impossível,

O equilíbrio dos opostos

Como o Sol e Lua

Como eu e você

Um amor impossível

O equilíbrio dos opostos

Como o fogo e o gelo

Como o pecado e o prazer

Se uma vez mais

Uma lágrima cair

Será porque te encontrei

A Lua irá sorrir

The Boy in the Road

Posted: 2013.Julho.29. in Sem categoria
Etiquetas:, , , , ,

She was walking down the road she always took to go back home, humming silly melodies, when she saw something that made her stop. Sitting in the middle of the road there was a boy embracing his legs, with his face buried in his arms.

Slowly, she approached the stranger. The little boy’s shoulders were shaking, so she assumed he was crying.

“Hey, little fella, what’s the matter?”, she asked, not really thinking she’d get an answer. “Why are you crying? Are you lost?”

The boy reacted to the sound of her voice and looked up. His swollen eyes showed he’s been crying for some time, and they expressed some kind of sadness. She didn’t know what to do, but she just felt she couldn’t leave him there.

“Look…I don’t know what happened to you or if whatever I’m gonna say is gonna work for something, but”, she began, “things will get better. How do I know? Well…I don’t.”, she laughed in a silly way.

The boy kept looking at her with his puppy eyes.

“You can be sure it’s not the end. If it was you’d be happy. Sometimes it might seem like it’s the end of the line, there’s no way to go anymore, but there’s always a light. It may not be visible at first, but if you look for it I’m pretty sure you’re gonna find it! You’re young, there’s still a lot of new roads for you to find and run. Don’t give up.”

He stopped crying, and she felt relieved that maybe her words did that.

“First of all, you gotta believe in yourself. You gotta like who you are, ‘cause that’s what really matters: how YOU feel about yourself, not what others think. Then you can raise your head and proudly say ‘I can do whatever! I’m strong! You can’t beat me!’ and keep living your life. I know it’s hard, specially when you have many scars, but it’s not impossible.”

A shy smile grew on his face.

“So…wipe away these tears, stand up and look to the horizon.”

She helped him get up. The boy cleaned his face with the back of his hand and took a deep breath. He looked at her and a big smile appeared on his lips. She smiled back.

“The future’s right there, right around the corner waiting for you to greet it with this beautiful soul of yours.”

He nodded excited.

“All you gotta do is take the first step. Are you ready?”

The little boy took a step forward and, with renewed strength, began walking alongside his new companion: the girl named Hope.

A silly little story.

It’s more like a thing for me to remember and stay strong no matter what’s going on.

Long time I don’t write here…sorry.

I can’t promise I will be back a lot, but I will try.

Hope you have a wonderful year!

Kiss

Posted: 2012.Novembro.6. in Love
Etiquetas:, , , , ,

You came wearing a coat and a scarf that covered your mouth and nose. You hugged me tight and looked at me.

After a while there I asked blushing “You’re not gonna give me a kiss?”.

You smiled sadly “Sorry…I’m sick.”

When you turned around I quickly held your hand and you looked back.

“Awn…don’t make that face. There’s no way to resist that…”, you said playful.

Then you pulled me closer, uncovered your mouth and gave me a kiss. A long and passionate kiss.

“Don’t blame me if you get sick, you know.”, you hugged me.

“It’s worth it!”

So you held my hand and we went walking down the street, talking about our day.

Waltz With Me

Posted: 2012.Outubro.2. in Love
Etiquetas:, , , , ,

The Anual Masquerade. That’s where I was standing. I really don’t know why, though. Didn’t wanna go, but my friends insisted so much I accepted just to make them shut up…dancing is not my thing. It was my first masquerade and I once more questioned myself why I was there.

The ball itself hadn’t started. We were talking about our childhood memories, laughing a lot. Well, I cannot say I didn’t enjoy that, but I wished I was somewhere else…with somebody else. I sighed and looked away from our group. Something caught my eyes as I gazed through the room. Coming down the stairway, I saw him.

So perfectly stunning, with that smile I always loved to see brighting up the room. Every step he took made my heart beat faster. Closer and closer, now I could see his beautiful eyes under the mask. Those hypnotizing eyes to which I could stare into for days.

“…ki? Aoki!”, I heard Kazu call me.

“Sorry, I got a little distracted.”

When I looked again, he was gone into the crowd. I felt sad. I wanted him to look at me. Not that it would make any difference. Not that it would make him notice me, but I guess I would feel…better?

So the music started, everybody paired up. Well, everyone but me. Guess it wasn’t a good idea going to a ball without a date. Why should I care? I don’t even like dancing…And as I kept drifting in my thoughts I saw something unexpected. He was standing in a corner…alone. I should have gone talk to him, but my shyness and insecurity wouldn’t let me. Why were he alone? I couldn’t stop asking me that. I was sure he had many invitations…still, he was there.

Smiling…

Just to see his smile I felt kinda happy, you know? I didn’t realize, but I was smiling, too. It didn’t last, though. Coming out of I don’t know where, Tsubasa were already by his side, talking to him, making him laugh. I should be the one doing that. That was my smile…

Don’t know what got into me, but I just stood up and ran out to the garden, desperate, almost crying. What was going on? What was I thinking? Mine? What was my relationship with him? None. That was all. And why was I crying? I was confused, overwhelmed.

I stopped and looked around. Somehow I ran straight to the middle of the hedge maze. I sat down on the bench, with swollen eyes and trembling hands. I still wasn’t sure of what was going on in my head.

“You okay?”

I looked to the grass arch. He was smiling at me, lit by the silver rays of moonlight.

“…yeah…”, I lied.

“Are you sure? I saw when you left running.”, he approached and sat down beside me.

“Why are you here?”, I asked after I nodded “I thought you and Tsubasa…”

“You came here alone, didn’t you? To the ball.”, he ignored my question.

“Yeah, I did…not that it matters. What about you? I didn’t see you with a date.”

He smiled playfully “Well…I didn’t get the invitation I was expecting, so I decided to come here to at least try to dance with that person.”

“So, why aren’t you there? Looking for this person you came here for? Why are you here with me?”, I felt my words come out with a little bit of anger.

This time he laughed. I didn’t understand why, but his laugh was just good to hear. “You’re cute, you know?”, he said after he stopped.

“C…what?”

He stood up and reached out his hand to me. “Do you give me the honor of a dance?”

I felt my face burn, it should be red, so I tried to hide it away. I couldn’t breathe…what was going on? Did he really just asked ME to dance with him? No words would come out of my mouth, but he stood there, smiling. I couldn’t resist that. Slowly, I took his hand and he walked me to the middle of the place.

“But there’s no music.”, I said.

He took off my mask, kissed me on the forehead and held my head against his chest. “Our heartbeat. This should be enough.”

It sounded kinda weird, but at the same time I felt comfortable, like there was nothing to worry about. In that moment, there was just the two of us, there, dancing to that beautiful music, and that was all that mattered. I felt happy. Happier like never before in my life.

That was my first waltz, and the one I would never forget.

Nowhere to Run

Posted: 2012.Agosto.28. in Random Thoughts
Etiquetas:, ,

The shards of this heart

Flying through the cold night

The kind of night that frightens

And wants to eat me alive

Like beasts surrounding their prey

I feel the darkness’s embrace

It rapes my soul, grinning loudly

And then it’s gone, leaving no trace

A river of shadows

Is where I’m falling awake

Even the hardest walls I put up

They can easily break

Where is that smile?

Where have it gone?

Where will it lead me,

This path I am on?

Hands reach out to stop me

Tearing me apart

“Nowhere to run”, it says

“I’m here inside your heart”

Playful Morning

Posted: 2012.Junho.28. in Contos, Love
Etiquetas:, , , , , , , ,

O sol da manhã invadiu o quarto, iluminando a mesa cheia de papéis e o notebook ainda ligado, as roupas espalhadas pelo chão e o despertador, que gritava impiedosamente. Desliguei-o rapidamente, abri os olhos e, enquanto me acostumava com a claridade, virei-me, escapando da luz que me cegava.

Sorri ao ver que dormia tranquilamente ao meu lado. Fiquei um tempo admirando seu rosto, tão perfeitamente belo. Mesmo depois de tanto tempo juntos, ainda não acreditava em como tinha sorte de ter alguém como você em minha vida. Apoiei-me em um braço, aproximei-me e dei-lhe um beijo no rosto. Você se mexeu, fazendo seus típicos resmungos matutinos. Adorava ouvi-los.

Lentamente, abriu os olhos. “Bom dia”, você disse, ainda se acostumando à luminosidade e deixando escapar um bocejo.

Meus lábios encontraram os seus por breves, mas estonteantes segundos.

“Bom dia”, eu respondi.

Coloquei meus braços ao seu redor. Você segurou minha mão, dando-lhe mordidas brincalhonas, como sempre fizera. Abracei-lhe mais forte para impedir que fugisse do meu ataque de cócegas, mas o feitiço virou contra o feiticeiro e quem acabou sendo surpreendido fui eu.

Você sorriu divertidamente. Golpe baixo. Nada ganhava daquele sorriso.

“Precisamos levantar…”, você disse depois de me dar um beijo.

“É?”, respondi, abraçando-lhe novamente.

“Hm…acho que podemos ficar aqui por mais um tempo”, você riu, aconchegando-se em meus braços.

Sorri de volta. Ficamos ali, abraçados, conversando, brincando, até adormecermos novamente.

Estávamos presos naquela escura e fria caverna. Talvez aquela viagem não tivesse sido uma boa ideia, no fim…

Você se sentou na areia, abraçando os joelhos, tremendo de frio – ou medo, talvez. A chuva aumentava a cada minuto, não dando sinais de que iria para tão cedo.

“Parece que vamos ficar aqui por um tempo…”, eu disse, tentando quebrar o silêncio que existia entre nós. Como não obtive resposta, continuei “Mas poderia ser pior, não é? Você poderia estar aqui com o Shima-kun.”, brinquei.

Você riu, e isso me acalmou um pouco.

Sentei-me ao seu lado e segurei sua mão, gelada e trêmula, tentando esquenta-la. Não que fosse adiantar muita coisa, já que as minhas também estavam frias.

Sem pensar muito, coloquei meus braços ao seu redor, para que nos mantivessemos um pouco mais aquecidos, e quando você recostou sua cabeça no meu ombro, sem perceber, um sorriso se desenhou em meu rosto. Você se aproximou um pouco mais e suspirou.

“Confortável?”, falei, novamente sem pensar.

“Muito.”, respondeu depois de rir timidamente.

Depois de um tempo, percebi que você adormeceu. Fiquei um tempo olhando seu rosto, e pensei que se você acordasse naquele momento iria achar aquilo muito estranho. Então desviei o olhar, mas logo voltei ao ponto de partida. Havia algo em você que me atraía de uma forma inexplicável. Não apenas sua aparência, mas o modo como falava, como via o mundo, como interagia com as pessoas…tudo em você era misteriosamente apaixonante…

Aquela era a primeira vez que estava tão perto de você. Não queria que acabasse. Queria ficar ali, naquele abraço, para sempre, mesmo que isso significasse ficar preso ali. Pensei isso, mas percebi o quão egoísta e idiota aquilo soava.

Eu estava feliz. De verdade. Não por estar preso em uma caverna no meio de sei-lá-onde, com frio e cansado (não tem como ficar feliz com isso), mas por estar preso em uma caverna no meio de sei-lá-onde com você. Eu sabia que depois que saíssemos dali, tudo voltaria ao normal, por isso queria aproveitar aquele momento.

Acabei adormecendo, e só acordei quando a luz do sol atingiu meu rosto, ofuscando minha visão quando tentei abrir os olhos. Olhei para o lado, esquivando-me daquela armadilha e não pude deixar de sorrir ao ver você, ainda dormindo.

Por algum motivo, dei-lhe um beijo na bochecha. Aparentemente, meu cérebro achou que isso seria muito interessante. Você se mexeu, abriu os olhos lentamente e se endireitou. Tentei agir como se nada tivesse acontecido, e não sei se você resolveu fazer o mesmo, mas apenas sorriu e apontou para fora.

“Parece que já podemos voltar!”, exclamou, se levantando.

Como eu imaginava. No momento em que a tempestade fosse embora, levaria consigo aquele momento…

Caminhamos para fora. O sol iluminava a areia dourada, as ondas quebravam gentilmente na praia, as nuvens pareciam dançar no céu azul. Voltamos para a pousada e fomos recebidos pelos nossos amigos com uma mistura de alegria e preocupação, e levamos uma bronca da Nana-san.

“Vocês sabem o quão preocupada eu fiquei? Vocês poderiam ter se machucado! Ou morrido! Vocês não podem sair correndo desse jeito! Nunca mais façam algo tão irresponsável!!! Prometam!!!”

Passamos nosso último dia da viagem presos naquela caverna. Se eu estivesse com qualquer outra pessoa, diria que foi um desperdício.

Voltamos para o quarto para arrumarmos as malas. Quando terminei, sentei-me na beirada da janela, sentindo o vento bagunçar meus cabelos e o sol esquentar minhas mãos.

“Yo!”, ouvi alguém chamar, e quase cai para frente quando senti cócegas.

Você me olhava rindo.

“Se eu tivesse caído a culpa seria toda sua!”, brinquei, já que estávamos no primeiro andar da casa.

“Me desculpa!”, você retribuiu a brincadeira e se sentou do meu lado “Apesar de tudo que aconteceu, me diverti muito nessa viagem!”

Apenas sorri e concordei com a cabeça.

“Ne…aquela tempestade nos pegou desprevenidos. Se eu soubesse que ela viria, não teria corrido.”

Senti uma pontada no peito. Não sei porque criei expectativas. Era óbvio que você não tinha gostado de ficar naquele lugar…

“Arigatou!”

Fiquei em silêncio, porque não sabia sobre o que você falava. Parece que você entendeu minha expressão de dúvida.

“Por ter me acalmado e não me deixado morrer.”, você riu.

“Ah…fiz o que tinha de fazer ne. Só estou feliz que você esteja bem.”

Ficamos em silêncio.

“Se…”, você quebrou o silêncio “…eu tivesse que passar por aquilo de novo, não mudaria nada.”

Eu ri, mas depois pensei melhor no que você havia dito.

“O que você…”, comecei, mas parei quando, repentinamente, você me deu um beijo na bochecha.

“Ei! Peguem suas coisas! Vamos partir daqui a pouco!”, Nana chamava ao longe.

“Agora estamos quites!”, você disse rindo enquanto corria para a frente da casa.

Eu estava paralisado. Não só pelo beijo, mas também pelas suas últimas palavras. Fui invadido por uma felicidade sem tamanho e comecei a sorrir.

“Não vou chamar de novo! Se eu tiver que ir até aí, você morre!”

Olhei mais uma vez para o céu azul antes de correr para o carro com um sorriso bobo estampado no rosto.

Aquele foi o começo de algo que mudaria minha vida completamente…